Dormi. Porque não queria ver outubro chegar, mais uma noite
esperando o amanhã, mesmo que ao acordar eu não aja diferente do que vivi nos
últimos anos. Talvez por isso não quis repetir este ritual insano, na primeira
fase você, cheio de entusiamo pede para que o mês te surpreenda, na segunda
fase (a do apelo) implora que o próximo mês seja pelo menos bom, na terceira
suplica que leve as lágrimas do anterior, na quarta e ultima fase, entende,
finalmente, que a próxima dupla de quinzenas, seja seu tudo ou nada.
Outubro ou
nada.
Que seja assim... Acho que verdadeiramente aprendi, que a coisa depende
mesmo de mim, que é dependente das minhas lágrimas que desde já vou conter, das
decisões que vou parar de adiar, e, acho que ainda dá tempo de fazer este ano
valer a pena, ainda tenho cerca de quatorze semanas, vou parar de fazer as
contas, isto me entristece perceber que o tempo escorreu da lupa que anda minha
consciência, filtrando só o necessário. Retendo meus sentimentos. Vou desaguar
a mante no mar da vida, vou surpreender, ser boa, e não chorar e por fim dar
meu tudo, ou não fazer nada.
Mas a dor do fracasso é maior do que os calos das
mãos, os arranhões, e a ferida no orgulho, por isso prossigo, fazendo deste dia
primeiro meu grito de guerra, minhas cinzas pra renascer, e vou, não importa
por onde, pois meu único destino é chegar.
Dayanna Ferreira
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